HISTÓRIA DA IGREJA
O Bairro do Carmo, começou com o nome de Bairro do Mendonça e era habitado por gente simples, pobre e sofrida.
A construção da Capela de Jesus Operário foi a primeira expressão institucional da semente da fé cristã na região.
Em 1939, veio a Belo Horizonte, Frei Canísio Mulderman, Provincial dos Carmelitas atendendo ao convite do Arcebispo
D. Antônio dos Santos Cabral, para decidir sobre a fundação de uma nova paróquia sob a orientação da Ordem Carmelita.
Depois de visitar vários locais, Frei Canísio escolheu o bairro do Mendonça.
Em 16 de julho de 1940 D. Antônio dos Santos Cabral expediu o decreto nº 37 criando a Paróquia de Nossa Senhora do
Carmo.
O primeiro vigário Frei Atanásio Maatman e seu coadjutor Frei Estevão Peters foram carinhosamente recebidos pelos
Belorizontinos e tomaram posse da nova paróquia durante missa festiva no dia 28 de julho do mesmo ano na Capela de
Jesus Operário.
NASCE O PRIMEIRO FRUTO
Era o dia 4 de maio de 1941. Um novo sino repicou alegre chamando todo o Bairro do Mendonça para celebrar com missa
festiva, a inauguração da nova igrejinha e da casa paroquial.
Tudo tão simples mas tão importante porque já era a primeira resposta daquele povo à presença e atuação
evangelizadora dos freis carmelitas.
Aquela gente, até então esquecida no desconforto dos seus recantos começou a se congregar através de associações
religiosas e das atividades paroquiais. Muitos, movidos pelo desejo de melhorar as condições de vida do bairro,
organizaram-se em comitês.
De tudo isto foi surgindo uma comunidade cada vez mais unida e crescente exigindo então
maior número de sacerdotes.
E assim aqui foram chegando: Frei Plequelmo Sauders (1943), Frei Inocêncio Gerritsjans
(1944) Frei Benigmo Dissel (1945)
O bairro em pleno desenvolvimento e a paróquia ativa formavam uma realidade só, tendo à sua frente o novo vigário
Frei Anselmo Bertels.
Com um jeito especial ele marcava o seu trabalho pela sua capacidade de ser sensível à
realidade humana e social que o cercava.
Com razão, naturalmente o bairro foi tomando o novo nome de " CARMO".
O belo nome d' Aquela que vem conduzindo a
nossa caminhada, feita não só de momentos difíceis, como também de celebrações inesquecíveis!
Uma delas ocorreu em 16 de julho de 1946, quando, festivamente, foi lançada a pedra fundamental desta nossa igreja e
em seguida dada a bênção das primeiras instalações de um modesto ambulatório.
A CONSTRUÇÃO DA NOVA MATRIZ
Desde a vinda de Frei Atanásio e Frei Estevão já se cogitava a construção de uma linda igreja dedicada à Senhora do
Carmo.
Frei Atanásio arranjou um arquiteto que fez os primeiros desenhos.
Neste tempo, ainda na década de 40 a Paróquia do Carmo iniciou um serviço ambulatorial em benefício das pessoas
carentes do bairro, surgindo então o " Lactário Nossa Senhora do Carmo" que visava garantir leite para crianças
pobres e desnutridas.
Posteriormente este Lactário foi englobado pela Assistência Social "D. Querubina Martins
Vianna" situada então na Avenida Nossa Senhora do Carmo.
Na década de 50 transferiu-se para debaixo da
escadaria da Igreja onde permanece até hoje.
Frei Inocêncio Gerritsjans foi encarregado da coordenação da obra de construção da Igreja.
Sua primeira providência
foi procurar o amigo Dr. Ildeu de Oliveira Aguiar, arquiteto e engenheiro que, com grande interesse, examinou e
aperfeiçoou o antigo projeto para que logo fosse aprovado.
Mas a maior dificuldade era levantar recursos. Partiram então para a construção de um prédio espaçoso, porém simples,
onde funcionaria um cinema.
O maior lucro, entretanto, não foi o dinheiro e sim a oportunidade de lazer e de encontro para o povo do bairro.
Ficaram célebres as campanhas, as barraquinhas, as coletas, etc.
Foram aproximadamente 17 anos de trabalho empenhado
e persistente que culminou na grandiosa festa da sagração do Templo no dia 16 de agosto de 1963.
Frei Inocêncio ia vencendo os obstáculos de toda ordem para que a comunidade não perdesse o ânimo de concretizar o
seu sonho.
Dr. Ildeu Aguiar assistia e orientava a obra com seus criativos imprevistos, como foi a mudança da posição
da Igreja estando a construção já adiantada.
Isto aconteceu porque no início da obra, a maior rua era a Grão Mogol, por onde passava o bonde.
A entrada seria por
ela.
Eis que o boato de que iria passar pelo " fundo do quintal" a nova estrada para o Rio. Não tiveram dúvidas. A nova
Igreja deveria ter a sua fachada virada para a nova avenida.
Como? Dr. Ildeu deu a idéia de encher o vão com lixo dos
altos-fornos da Belgo Mineira, de modo que, no futuro, haveria uma leve descida da entrada até o presbitério.
E assim
se fez.
Na hora da decoração, veio uma das partes mais difíceis. Primeiro as janelas: vitrais lindos e coloridos com motivos
bíblicos sobre Nossa Senhora
que foram desenhados e executados pela fábrica "Conrado" de São Paulo, sob a orientação de Frei Benigno Dissel.
Alfredo Mucci, artista exímio, italiano, deixou nos seus mosaicos tão bela mensagem de espiritualidade: o painel na
parede de meio círculo no presbítero, os anjos e a Via Sacra.
Frei Tito Frankort, o vigário na época, trouxe da Holanda o rico e lindo tabernáculo e os grandes castiçais. A imagem
de Nossa Senhora do Carmo, que vemos hoje nos arcos, foi feita por um artista português do Rio de Janeiro.
Na Holanda, foi encomendado ao Sr. Van Bergen, o carrilhão com 37 sinos e o relógio da torre.
Enfim o povo unido e batalhador desta comunidade realizou o seu grande sonho, tendo à frente os frades Carmelitas na
conquista de tão belo ideal.
A Igreja foi finalmente consagrada em 15 de agosto de 1963 por D. João Resende Costa ,
Arcebispo de Belo Horizonte.